Boeing E-3A Sentry: A Linha de Frente da OTAN Contra Ameaças Aéreas Russas
A OTAN intensificou suas operações de monitoramento aéreo nas fronteiras orientais da aliança, enviando aeronaves de reconhecimento do Sistema de Alerta e Controle Aéreo (AWACS) para a região leste. O objetivo é vigiar as atividades militares russas e reforçar a defesa do espaço aéreo da Romênia, especialmente após incidentes recentes envolvendo drones kamikazes russos que violaram o espaço aéreo romeno. A decisão faz parte de uma estratégia defensiva para garantir a segurança e a transparência nas operações de vigilância.
De acordo com um comunicado oficial divulgado em 30 de setembro, os voos dos AWACS ocorrerão exclusivamente sobre território da OTAN, operando a partir da base aérea de Preveza, na Grécia, e da base principal da OTAN em Geilenkirchen, na Alemanha. A OTAN destacou que essas operações são legítimas, defensivas e totalmente transparentes, destinadas a fortalecer a capacidade da Romênia de responder ao aumento da atividade aérea próxima à sua fronteira com a Ucrânia.
O Boeing E-3A Sentry, principal plataforma de reconhecimento aéreo desenvolvida pelos EUA, desempenha um papel central nesse esforço. Equipado com radares de alta precisão, o E-3A Sentry é capaz de detectar e processar dados sobre aeronaves e mísseis a centenas de quilômetros de distância. Com uma tripulação de até 19 pessoas, o avião é capaz de monitorar comunicações e interceptar lançamentos de mísseis, fornecendo uma visão abrangente do espaço aéreo.
A intensificação das patrulhas da OTAN ocorre em resposta a uma série de incidentes recentes envolvendo drones russos que invadiram o espaço aéreo romeno. Esses drones, possivelmente destinados a ataques contra alvos ucranianos, acabaram cruzando a fronteira da OTAN, causando preocupações sobre a segurança da região. Em alguns casos, os drones mergulharam em território romeno, detonando e ameaçando áreas civis.
Os dados de rastreamento de voos revelam que aeronaves AWACS têm patrulhado a costa romena do Mar Negro regularmente desde 30 de setembro. Essas operações são apoiadas por aeronaves de busca marítima Poseidon da Marinha dos EUA e aviões de reconhecimento RC-135, que têm sobrevoado a região para monitorar as atividades militares.
A OTAN tem utilizado suas plataformas AWACS ao longo de praticamente toda a sua fronteira oriental, incluindo o Mediterrâneo Oriental e o Mar Negro. A frequência das patrulhas aumentou significativamente, com surtidas quase diárias no final de setembro e início de outubro, um ritmo incomum para operações de paz.
O aumento da vigilância aérea ocorre em um momento de tensão crescente, com a Rússia redistribuindo bombardeiros estratégicos em preparação para possíveis ataques de mísseis contra a Ucrânia. As forças russas concentraram bombardeiros Tu-95MS em várias bases, indicando a possibilidade de novos ataques de grande escala, como o ocorrido em agosto, quando mais de 100 mísseis e drones kamikazes foram lançados contra a Ucrânia.
Essas operações de vigilância da OTAN são essenciais para detectar e monitorar qualquer movimento de aeronaves ou mísseis russos que possam ameaçar a Ucrânia ou os países membros da aliança. O uso contínuo de AWACS no espaço aéreo romeno reforça a prontidão defensiva da OTAN e seu compromisso com a proteção de suas fronteiras.