"Com três porta-aviões em operações simultâneas, a China aumenta a tensão no Pacífico e ameaça a segurança de Taiwan."
Em um movimento sem precedentes, a China retirou todos os seus porta-aviões dos portos e os enviou ao mar aberto, numa ação que analistas interpretam como um exercício preparatório para um possível conflito militar com Taiwan. Pela primeira vez na história, os três porta-aviões chineses — o Liaoning, o Shandong e o mais novo, Fujian — participaram de operações simultâneas em diferentes regiões estratégicas do Pacífico conforme escreve o The Telegraph
O Fujian, que ainda não foi oficialmente incorporado à Marinha Chinesa, realizou treinamentos no Mar Amarelo, enquanto o Liaoning, com sua escolta, operou no Mar das Filipinas, a leste de Taiwan. Já o Shandong conduziu exercícios no Mar da China Meridional, próximo à costa taiwanesa.
A movimentação de todos os porta-aviões chineses de uma só vez é vista como um sinal claro da crescente preparação militar da China, especialmente em relação à Taiwan, que tem reforçado suas capacidades de defesa diante da crescente ameaça de invasão. Analistas ocidentais, como os do The Telegraph, destacam que essa demonstração naval representa uma ameaça direta à segurança de Taiwan e à estabilidade na região.
China Avança Como Potência Naval
Quando o Fujian for oficialmente aceito pela Marinha Chinesa, a China terá a segunda maior frota de porta-aviões do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e à frente de potências navais como o Reino Unido e a Índia. No entanto, os porta-aviões chineses, embora significativos, são menores que os dos EUA: o Liaoning e o Shandong têm cerca de 60.000 toneladas de deslocamento, enquanto o Fujian, o maior da frota chinesa, desloca cerca de 70.000 toneladas.
Apesar de suas capacidades avançadas, como as três catapultas do Fujian que permitem o lançamento de caças J-15 e, futuramente, J-35, a força aérea embarcada da China ainda é inferior em número e tecnologia quando comparada aos porta-aviões americanos.
Tensão no Estreito de Taiwan
Essa manobra naval ocorre em meio a uma escalada de tensões entre China e Taiwan. O governo taiwanês está alertando seus cidadãos para uma possível invasão chinesa, intensificando o treinamento de defesa e desenvolvendo novas tecnologias militares, como motores hipersônicos para armas de alta velocidade. Taiwan, que há muito tempo enfrenta ameaças de anexação pela China, continua a buscar formas de fortalecer sua defesa em um momento em que o equilíbrio de poder no Pacífico está em constante mudança.
O presidente de Taiwan, Lai Tsingde, chegou a sugerir que a China olhasse para o norte e tentasse tomar de volta terras "históricas" da Rússia no Extremo Oriente, afirmando que a posição geopolítica russa está enfraquecida.
Com a mobilização de sua frota de porta-aviões e o aumento das tensões no Pacífico, a China deixa claro que está disposta a aumentar seu poderio militar e desafiar o status quo na região, enquanto o mundo observa de perto os desdobramentos que podem moldar o futuro da segurança global.